Não foi sem um misto de saudades e receio que fitei seu rosto tão querido... Tantas e tantas vezes havia sonhado com esse reencontro, mas quando ele aconteceu não pude absorver o impacto da maneira que desejava. Havia prometido a mim mesma não ter uma recaída, mas fôra uma promessa inútil. Meus olhos dançavam, seu perfume feria fundo minha alma. Era AQUELE perfume, personagem de tantas das nossas histórias. Ele ficou impregnado em minha pele quando ganhei aquele abraço, assim como a recordação do sabor dos seus lábios surgiu em meus lábios ao receber seu beijo fraternal.
Sentia minhas faces queimando, sentia meu coração pulando selvagemente. Era uma reação em cadeia, e eu não sabia o que fazer para detê-la.
Sabe, querido, tudo poderia ser diferente se eu fosse menos insegura, se você fosse menos confuso, se eu tivesse mais paciência. SE. Essa palavra... Se, se, se. Não adiantava nada agora brigar contra o que já tinha acontecido.
Acabara... E eu teria que colocar isso na minha cabeça. Fôra tudo muito intenso, mas eu precisava superar...
Te quero muito bem, mas apesar dos coraçõezinhos que dançaram à minha volta quando te vi, tinha que ser racional.
De qualquer forma, te adoro. Mas apenas como um amigo (isso quem diz é a razão). O coração? Esse te quer como amante, como homem, como amor. Mas ele não sabe o que diz...
Bem que gostaria de te dar um último beijo, um último abraço. Sei que seria um abraço dolorido, sei que meu corpo gritaria a cada toque das tuas mãos. Sei que minha pele se arrepiaria cada vez que seus dedos a percorressem, mas crispei os dedos de pavor por imaginar que não iria mais senti-las.
Será que você não está consciente da real importância que tem em minha vida? Como eu queria poder novamente me entregar novamente a você, mesmo sabendo que não haveria uma outra vez após esta... Mas dói tanto só olhar para seu rosto, que não consigo imaginar a dor que sentiria ao me despedir de você após uma noite de amor...
A trilha sonora também não ajudou nem um pouquinho... Todas as nossas músicas começaram a tocar, uma após a outra.
Engoli as lágrimas, não deixei que você visse. E conversei banalidades, e falei futilidades... sem deixar que percebesse minha confusão...
Amor, vou partir. É melhor não ficarmos tão próximos, pois a recaída foi inevitável. Fica com Deus, e saiba que seu lugar estará sempre aqui, e será sempre seu. Seja feliz!
Um beijo, no fundo do coração!
Da sua, sempre sua...
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